segunda-feira, 27 de outubro de 2008

A mensagem

Mais uma vez apanho o metro, o destino será a minha casa. Terei de chegar a Oriente e lá apanharei o comboio.

Sentei-me ainda há pouco num dos bancos de uma das carruagens do meio, paramos na próxima paragem e eis que entra um jovem senhor que se senta à minha frente, duas paragens adiante e uma senhora dos seus quarenta anos, senta-se ao lado do tal senhor.

Ambos recebem uma mensagem quase que em simultâneo. Ela solta um sorriso nos lábios e ele, um choro interno expressando uma lágrima no canto do olho.

Que mensagens seriam aquelas?

Por vezes, longe das pessoas de quem gostamos, sentimos e pensamos coisas que as pessoas do lado de lá, nem imaginam o impacto das palavras que em nós pode ter.

Reagimos, sentimos... pensamos de variadas formas, muitas vezes não assertivas, mas a verdade é que reagimos. É nessas alturas que muito se perde e a pessoa que nos envia a mensagem nem faz a mínima ideia de como nos vamos sentir nesse momento de leitura. Nem sempre é assim mas acontece.

ps: Tentem estar atentos ao que dizem, eu mesmo tenho os meus erros.


Pedro Mendes

7 comentários:

cαтια. disse...

Eu própria tenho o cuidado de, antes de fazer ou dizer qualquer coisa, imaginar-me no lugar da outra pessoa.
Boa observação.

Um beijinho*

C3-PO disse...

É bem verdade! Quantas vezes já tive a feliz surpresa de receber um e-mail, um sms ou uma carta (cada vez mais raras) que me emocionou! Espero que as pessoas que me fizeram sentir assim tenham pelo menos uma pequena noção disso... e espero eu também já ter emocionado alguém...

Gostei bastante do teu blog! Escreve mais vezes! Vou passar aqui mais vezes. =)

Ah! Já agora, obrigada pelos comentários e "aparece" lá no blog mais vezes!;-)

***

Joana disse...

Pois é...

Sabes o que penso.
Nada se compara e muito menos substitui o contacto físico.

Já agora deixa-me salientar algo de que não falaste: Contrastes!
é incrivel como às vezes estamos tão felizes com tanta gente a chorar à nossa volta e como outras vezes choramos e o mundo à volta solta gargalhadas em coro...
Ironias da vida.

As coisas acontecem quando e como têm que acontecer.
E sempre que choramos há alguém que ri.
Sempre que rimos há alguém que chora...

já para não falar das vezes em que o nosso sorriso provoca o choro do outro ou o nosso choro o sorriso do outro...

Será preciso elogiar o teu grande sentido de observação?
E essa caracteristica já tão rara mas tão admirável que é observarmos, preocuparmo-nos e sentirmos o mundo à nossa volta...?


Pequenas coisas que temos em comum...
ahah *beijo

"C" de mim disse...

li e reli as tuas palavras =)

posso voltar?


beijinho*

Anónimo disse...

eu sempre me esqueço do que os outros vão sentir quando pronunciar as minhas palavras e já magoei muita gente por isso. vou carregar uma régua comigo de agora em diane pra tentar medir minhas palavras.

volte sempre, abraço.

"C" de mim disse...

claro que podes voltar, sente-te sempre em casa =)


beijinho*

Anónimo disse...

Arrepiei-me com a profundidade e sensibilidade das palavras que encontrei por acaso...! As tuas claro! A mim!? Só me ocorreram estas...!Porquê!? Não sei...! Admiro-te! Continua a escrever assim!! (Alguém)

"Há Palavras Que Nos Beijam"

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

(Alexandre O'Neil)